12/9/2011
A proposta atual de promoção dos trabalhadores da instituição, que somente prevê a evolução por desempenho e que já é alvo de discussão judicial pelo Sinteps, poderia ter sido resolvida pelo governo, houvesse a disposição de ouvir a categoria em suas justas reivindicações. Aliás, nem mesmo a licenciatura está sendo considerada para os professores...
Da leitura dos critérios da avaliação, resulta a seguinte análise: quanto menos tempo o docente permanecer em sala de aula, mais pontos ele terá somado para a avaliação de desempenho. Mas, não é de uma carreira docente que estamos falando? O que se espera de um professor? Que ministre suas aulas ou que fique fora da sala de aula o maior tempo possível, angariando pontos para sua evolução funcional?
Quanto aos funcionários administrativos, escassos pelo descaso do governo com os salários e condições de trabalho, o que se espera? Que cumpram as tarefas ou vão fazer cursos após a jornada de oito horas trabalhadas, recebendo o imenso salário de R$ 510,00?, R$ 754,00?, R$ 1.200,00?, dependendo do nível (básico, médio ou superior). Este trabalhador, que muitas vezes gasta horas no transporte para o trabalho (e no retorno para casa), pois o poder público também não consegue resolver este grave problema da população, trabalha oito horas diárias, recebe salários insignificantes frente ao mercado e ainda “faz bicos” para complementar a renda, tem qual tempo e qual dinheiro para fazer “cursos de qualificação”?
E os Auxiliares Docentes? Desviados de suas funções desde a contratação, farão provas sobre a rotina de trabalho nas oficinas, laboratórios e salas especiais. Será que, se falarem a verdade sobre a rotina de trabalho (nas bibliotecas, secretarias e outros departamentos em que são usados como estepe), serão aprovados na prova?
Tão desconectada da realidade da instituição que dirige, a Diretora Superintendente só faz dizer: “ ...não posso fazer nada...”
Nós podemos fazer alguma coisa. Podemos lutar contra estes critérios que também estarão na nova proposta de carreira do Ceeteps. Podemos lutar judicialmente, mas podemos, antes de tudo, exercitar a democracia e expressar nossa opinião.
Assim fizeram os trabalhadores da ETEC Jorge Street. Assim fizeram os trabalhadores da ETEC Getúlio Vargas. Nos 'posts' anteriores, confira as cartas abertas produzidas por eles.
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